Bogacz, przeżuwacz i nasza niemożność zbawienia.

Reklama

O texto de Marcos 10.17 a 27, e um dos textos mais emblemáticos dos evangelhos; Já cometeram muitos erros doutrinários e interpretativos sobre ele. Isso porque a narrativa lida sem compreensão de suas entre linhas, ou de sua revelação como um todo, pode causar espanto e ate medo em alguns.

Este texto é riquíssima como pedagogia de vida, de fé, de caminhada; Poderia falar sobre a devoção exagerada patrocinada pela religião, no qual Jesus rejeita: “Bom mestre”.

Ou ainda, sobre o “obter” a vida eterna respondida em primeiro momento por Jesus, no qual cita apenas os mandamentos relacionais – de natureza horizontal, no qual trato gente como gente, sendo gente, deixando os quatro primeiros mandamentos verticais – O que é bastante coerente pra quem chega com tal devoção. Poderíamos falar sobre o olhar de amor de Jesus, que não é como o nosso olhar;

Jesus por amar, diz, encara, traz a realidade, por amar nos senta no divã da cura, nos por amar… Deixarmos de dizer, não encaramos. Ou ainda, sobre aqueles que pela riqueza acham que a vida eterna pode ser obtida, enfim, o texto é riquíssimo.

Mas quero me concentrar em uma única interpretação, e é justamente o que nos diz as entrelinhas da narrativa.

De fato, o ser humano é dotado, composto de finito e infinito.

De um lado tenho minha finitude, que é o que apalpo o que vejo o que realizo o que é matéria. E nessa finitude, esse nosso lado matéria, fazemos tudo quanto for possível pra realizar todos nossos desejos para alcanças nossas satisfações dessa finitude.

Essa nossa finitude nos faz construir um castelo de possibilidade, para que, se possível, nada nunca venha nos faltar;

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Por outro lado dessa dicotomia está nosso infinito; E se o meu finito se realiza com tudo que me é possível, já o meu infinito só poderá ser realizado com aquilo que é IMPOSSÍVEL.

É por isso que vemos no texto um jovem que construiu todas as possibilidades pra nada lhe faltar com um desejo enorme pelo infinito:

Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”

Como diz o sábio em provérbios, que Deus colocou a eternidade no homem, por tanto aquilo que me é eterno, só pode ser preenchido por Aquele que é Eterno, e ai Blaise Pascal tem absoluta razão quando disse:

Existe no coração do homem um vazio do tamanho de Deus”

Este vazio é o nosso lado infinito, que não pode jamais ser preenchido pela possibilidade humana; E podemos criar todas as possibilidades que não vai satisfazer meu infinito nunca!

As possibilidades que as riquezas nos trazem, apenas me da um castelo de outras possibilidades pra que no meu finito, nada me falte, só isso.

A religião cria uma possibilidade para a salvação do homem, e com toda certeza isso também é falsificado, ainda que seja uma devoção exagerada, e isso é simples de entender:

É exatamente porque o meu infinito só pode ser preenchido por aquilo que a nós é impossível!

Siga a narrativa de Marcos em seu desenrolar:

– Um jovem que criou todas as possibilidades nas riquezas e na religião, más, mesmo assim pulsava nele o desejo pelo infinito.

– A resposta de Jesus é: “Te falta uma coisa: Desfaz de todos seus castelos de possibilidades que você construiu, faz de tudo um nada, só pra depois me seguir”

– O moço rejeita a proposta e Jesus declara: “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha(aqui é agulha mesmo – a raiz etimológica arremete a material de costura) do que um rico entrar no Reino de Deus – Portanto IMPOSSÍVEL;

Isso não é apelação “franciscana” –NÃO – e sim, Jesus quer nos ensinar que a salvação é uma IMPOSSIBILIDADE HUMANA; justamente porque quem busca, quem a deseja é o “eu” infinito, minha alma, portanto se é infinito nos é impossível, porque minha razão é finita.

O erro deste jovem, como de muitos hoje, foi justamente achar que a salvação fosse uma possibilidade humana, ainda mais pra quem já tinha construído todas as possibilidades como ele.

Só à vida eterna com Deus, salvação, se for impossível, se não, não era salvação; Salvação demanda um ato que eu não posso realizar, por isso mesmo é a palavra salvação.

Portanto, e agora? Quem poderá se salvar? Foi à pergunta de Pedro no versículo 26.

A mesma narrativa no versículo 27 responde:

Disse Jesus: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis.”

De um lado, temos nosso finito, que faz tudo que é possível para sua satisfação; De outro o nosso infinito, que só pode ser preenchido ou satisfeito pelo o que também é infinito – Deus. E nesse limbo a gente, com essa pulsão: Que farei herdar a vida eterna.

O problema é tentar herdar essa vida eterna com as minhas possibilidades, que acaba aqui, que é efêmera, que é apenas nossa finitude;

Problema é pensar que posso apropriar-se da vida eterna com Deus, com a religião – que é finita.

Problema é pensar que tendo meu castelo de possibilidades que cria todas as oportunidades, e tal me gerará a possibilidade de salvação;

E nessa mascara a alma grita por vida eterna, mesmo que ainda você não saiba que é pela vida eterna que ela grita.

O princípio para herdar a vida eterna é este: Saber que a eternidade com Deus, a salvação, é uma impossibilidade humana, mas uma total possibilidade Divina; E a tenho, e sou alimentado por este infinito, justamente quando tenho consciência disto, e me desfaço de todas as possibilidades que eu criei para herda – lá.

Vai, se desfaz de todas as possibilidades, e siga O BOM MESTRE.

Gerado pela graça,

Fabiano Moreno