Um trato sobre a idolatria cristã.
“E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.” Números 21.9.
O contexto do citado acima inclui o povo de Israel, em passagem entre o Egito e a terra prometida. Depois de se entregarem a toda sorte de murmurações, e promiscuidade sexual com outros povos, Deus se ira, e o acampamento das centenas de milhares de hebreus foi invadido de serpentes venenosas.
Isto provocou uma matança em grande escala, o povo busca socorro em Deus por intermédio de Moisés – O “síndico” do deserto – E Deus manda Moisés fazer uma serpente de bronze, e todos que olhassem para esta serpente eram curados. Fato feito, quem o fizesse, olhando em fé para tal objeto era curados.
O interessante é o fenômeno que existe em nossa alma, o desejo pelo sagrado, e este desejo em busca pelo sacro, pode ser transformado em profano, o sagrado e o profano andam lado a lado, tendo a única divisão à fé descrita no evangelho – crer sem ver.
Alguns séculos depois, o povo de Israel, os filhos destes que foram salvos pela tal serpente de bronze, que ouviram a história de seus pais, do acontecido e de como foram milagrosamente salvos por uma serpente feita de metal nobre e confecciona por mãos de artesãos, más que fora mandado pelo próprio Deus, elegeram esta serpente – a mesma – em objeto de adoração, prostração, intercessão, conforme diz:
“Ele (Rei Ezequias) tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã(pedaço de bronze)”. 2 Reis 18
Este desejo de transformar objetos em sagrado é uma história antiga, tão antiga quanto à própria humanidade, o maior problema é que a fé cristã que deveria ser apenas de “fé” misturam no mesmo ambiente o santo e o profano, e digo, este paralelismo acontece pelo simples fato de confundir o próprio caráter de Deus, e mais grave ainda, não entender NADA sobre as escrituras.
Não é a toa que o fato de transformar a serpente em pedaços aconteceu no reinado de Ezequias, que foi considerado uma das maiores reformas estado-religioso que houve em Israel seguido de seu filho Josias – E a reforma só foi possível, porque reencontraram com o livro da Lei que havia sido perdido há muito tempo.
Portanto, no mínimo este texto me ensina que mesmo quando Deus mande construir objetos como sagrados em forma de simbolizações, é apenas um ato esporádico e paliativo para um povo de ignorância espiritual; Em outras palavras, o ordenamento de Deus a construção da arca da aliança, querubins, serpentes de bronze, objetos e afins, não dos deu o direito de transformar qualquer forma de objeto como culto e prostração. NUNCA. Nem que o objeto seja o próprio Deus – Como o bezerro de ouro construído pelo mesmo povo e o mesmo deserto, chamaram o bezerro de ouro de “Elohims”, ou seja, Deus, ainda no plural – trindade. Não estavam adorando a um “bezerro” estavam adorando a Deus, más como figuração de um objeto, e aconteceu o que aconteceu – Abominação aos olhos do Eterno.
Quando entendemos como consciência a Palavra de Deus (o que não é conhecer), quando a palavra se transforma em vida e não em letra, abandonamos a fé de apalpar pela fé ao invisível.
Deus como sapiência, fez sumir a arca da aliança, pois com toda certeza, seria HOJE um objeto de extrema adoração a muitos cristãos.
Como de fato transformaram geografias, ruas, sepulcros, cavernas em lugar santo, onde de fato é apenas um lugar histórico, pois Santo, foi quem pisou lá, morreu e ressuscitou.
Falta percepção aos cristãos, que a igreja primitiva, apostólicas não transformou nada em sagrado, pra eles não existiam datas, nascimentos, mortes, lugares, objetos (nem mesmo o pedaço da madeira da própria cruz de Jesus- e olha que eles tinham acesso), porque eles sabiam, que não a lugar mais santo do que o coração daquele que crê em Jesus em fé, e que santo, é todo aquele que é habitado Pelo santo dos santos.
Eu te desafio, a viver com Deus tendo somente a fé. Entenda apenas como um desafio, ser de Jesus sem objetos entre você e Ele, sem lugares santos, velas acesas, areias da terra santa, sem águas do Jordão, sem correntes de campanhas, sem cercos, declarações… eu te desafio a ser de Jesus e ter só a Jesus, e nada mais.
Fabiano Moreno