Maldição hereditária, devo ter medo?

Reklam

Maldição Hereditária, quebra de maldição e afins…

Esse não é um tema novo, mas vem ganhando forte onda no Brasil, o que é de se estranhar que tem ganhado espaço em igrejas históricas, inclusive.

Surgiu nos EUA na década de oitenta, porém no Brasil vem sendo fortemente expandido pela pastora Helena Tannure, entre outras pastoras (a maiorias mulheres que divulgam, pregoam essa doutrina), não quero tirar os méritos, brios ou honras de tais mulheres, pelo contrário, ao pesquisá-las, percebe-se pessoas de credibilidade e caráter. Senhoras idôneas e algumas avós inclusive.

O tema sobre quebras maldição hereditária ou libertação de maldiçoes antepassadas, ou até mesmos seminários de cura e libertação traz sempre conteúdos com discursos convincente e textos escriturísticos, sim, é bíblico, porém, anti evangelho. E com esse documento vou explicar o porquê.

Parto do princípio que no Evangelho de Cristo, nem tudo que está dando certo quer dizer que está certo. Que testemunhos ou situações esporádicas de êxito nesses temas não é comprovação doutrinária, assim como o lenço de Paulo que curava foi exceção, assim como a sombra de Pedro foi exceção, assim como Jesus disse que havia muitas viúvas em Israel mas somente uma recebeu o sustento miraculoso através de Elias, e assim como haviam muitos leprosos em Samaria, mas somente Naamã foi curado. Em outras palavras, Deus tem a liberdade da exceção, pois o Espírito é livre, mas não podemos transformar a exceção em doutrinação.

Deus pediu para Moisés fazer uma serpente de bronze para curar os que olhassem para ela, após serem mordidos por serpentes no estado de rebeldia, primeiro foi um ato profético ao Filho, segundo uma exceção, que o povo não entendeu, pois em 2 Reis 18, precisou Ezequias destruir essa serpente de Bronze pois o povo oferecia ofertas ao objeto, porque transformaram exceção em doutrina.

Sendo, nenhum testemunho pode anular ou ignorar a manifestação do poder de Deus, pois Ele é livre, todavia, nenhuma forma além do Evangelho e ao que a igreja apostólica nos deixou pode ser doutrinário, essa prática é um silogismo.

Podemos ter algo bíblico mas anti evangelho? SIM! Um erro drástico HOJE é olhar as escrituras tendo Cristo apenas por fim, ou pior ainda, não olhando Cristo, em Cristo temos a revelação clara que Nele tudo existiu, apontou, cumpriu, antes era provisório e ou profético até Cristo, sendo, agora temos a revelação de Cristo, segundo Paulo, a plenitude dos tempos, e por isso temos que olhar toda a escritura tendo Cristo como PRINCÍPIO e o FIM. Ler tudo a partir de Cristo, e a conclusão de tudo desemboca em Cristo. Fora disso se for doutrina é anti evangelho, se for informação é apenas efeito histórico ou para um outro período que não é para a Igreja do Cordeiro.

O texto citado para essas ocasiões do antigo testamento, fala da desobediência, e a continuidade dessa desobediência a lei de Deus dada ao povo hebreu, tão primitivo e simples a interpretação que por ser o velho testamento não entrarei no mérito para não me estender (algum outro se necessário), na nova aliança é citado principalmente Mateus 23:29 em diante, é claro na anrrativa que os fariseus – religiosos da época que pela falsa moralidade e espiritualidade, “cultuavam” profetas do antepassado sendo que eles (os antepassados deles no caso) os mataram, porém continuam a não aceitar, entender o relacionamento com Deus, e por isso recairia sobre eles o “pecado” dos seus antepassados.

Reklam

O pecado de não receber o Messias, Cristo. Como relaciona uma série de itens, e tantos “ais” que aquela geração de Judeus sentiriam na pele, como de fato aconteceu e cumpriu parte dos “ais” no ano setenta depois de Cristo.

Além de citarem, a casa de Davi, o aborrecimento de Deus visitar a iniquidade até a quarta geração, etc. Ou seja, pontos da lei, ou excessões. Vamos ao Evangelho, a Cristo, pois é a autoridade que temos para essa doutrina.

Paulo em Gálatas nos adverte…

“Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro. Isso para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé.”

Em Colossenses…

E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne; vos deu vida juntamente com Ele, perdoando todos os nossos pecados;e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu completamente, pregando-a na cruz;e, despojando as autoridades e poderes malignos, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre todos eles na cruz. …

Em Coríntios…

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

Ainda…

Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.

Ainda…

Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.

Como inúmeros outros textos neotestamentários. Um exemplo prático é a própria família de Jesus, porque a genealogia de Jesus temos prostitutas, adúlteros, assassinos, idólatras, genocidas, infanticidas, incestuosos, perversos… e Vem o Filho de Deus, dessa genealogia, para provar que o Cristo – Deus encarnado – Morto – Ressurreto – Cancelou na CRUZ toda maldição hereditária para aqueles que creem na oferta do seu sangue, seu sacrifício.

Aceitar quebra de maldição para os que confessam a Jesus e os servem, é como anular a cruz do calvário, é anular o sacrifício do cordeiro. Não precisamos de quebra de maldição, em nossas genealogias, precisamos crer em fé de uma vez por todas o que foi feito em nosso favor.

Grito como Paulo diante desse movimento

Ó insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da Lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil!Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?

Por outro lado, o que fazer com nossas crianças? Como explicar comportamentos – pecados replicado por gerações?

O que somos? Somos o meio que vivemos, no ponto de vista comportamental.

As ações dos pais, caráter são facilmente replicados pelos filhos, pois uma criança que vive em um ambiente de libertinagem tem a prática como ato comum. Isso é chamado de replicação comportamental, além do medo que tem o poder mais forte que o diabo de nos impedir de viver o melhor de Deus.

Um sábio já disse, o medo entra pela porta a fé sai pela janela.

Um exemplo prático, é muito comum em uma família onde a avó era divorciada ou não fora feliz em um casamento, replicar na filha, na neta etc.. Isso é comum por vários setores, desde a prática comportamental da avó que não soube ensinar a filha e essa tinha o mesmo comportamento de relacionamento que a mãe, pois era o senso comum da família, ou seja, apenas aprendeu assim, padrão comportamental nos relacionamentos. Ou até mesmo pelo medo, medo de não dar certo no casamento porque a mãe não deu certo, traumas, dentre muitos outros fatores psicanalíticos, que uma boa terapia da mais resultado do que campanhas de orações e seminários de libertação.

Seminários esses e campanhas que transfere o comportamento – caráter pessoal para o diabo.

Não tem nada a ver com maldição hereditária, e sim, com mudança de mente, comportamento, e nisso o Evangelho quando entra verdadeiramente cura o indivíduo, pois tem a mudança de mente.

Ainda que espíritos familiares atuam em determinadas famílias, pois sim, existem principados e potestades que entendem de famílias, cidades, nações etc, a própria legião de demônios no gadareno prova isso quando disse que não queria sair daquela região, etc.. Ainda que assim seja, coisa tal é anulada, apagada por Cristo, quando esse confessa Cristo. O Gadareno depois de encontrar Jesus não precisou de seminário de Cura, ou quebrar a maldição, apenas precisou voltar para sua família, pois no berço da família que expressa o cuidado e amor, que medidas certas têm o poder de curar qualquer alma amargurada.

Nossos filhos são nossas réplicas, simples assim.

Relembro um livro de Charles Spurgeon – “O príncipe dos pregadores” (Século XIX) em que ousou pregar num seminário para obreiros para toda Europa ocidental o tema: “Salve as crianças” Onde ele alertava para os pastores e pregadores, a dar importância as crianças, com a verdade máxima em dizer, que a salvação tem que alcançar as crianças e não esperar que alcance quando for jovem e ou adultos, que nossos filhos devem ser salvos ainda crianças, esperar que tornem jovens para decidir por Cristo pode ser arriscado demais e que elas seriam salvas com o ensino constante da Palavra do Evangelho, conclamando na época, a toda Europa a organizar suas classes de escolas dominicais aos domingos de manhã exclusivamente as crianças.

Essas falas de Spurgeon me faz olhar pra nós e nossos filhos, que importância damos a vida espiritual deles? Não reunimos com nossos filhos para estudar a bíblia, não queremos acordar cedo aos domingos e levá-los a escola dominical em nome do nosso descano e conforto, em nome dos nossos lazeres das noites de sábados que varam a madrugada e nos esquecemos deles pela manha, quantos de nos que preocupa com filhos de cinco a doze anos em saber que nele habita é a palavra da verdade, e já foi limpo pelas palavras que Cristo nos falou. SIM, esses temas e seminários fazem tantos sucessos mesmo sendo anti evangelho porque justamente queremos culpar nossos antepassados o que é de nossas responsabilidades, e preocupar em salvar nossos filhos para Cristo.

Queremos a melhor escola, o esporte, o inglês, a natação, nos orgulhamos das boas notas, da inteligência, da alegria dos nossos filhos, mas poucos de nos preocupa-se em salvar nossos filhos a Cristo, achamos que é um processo natural, consequencial do ambiente. NÃO! Os que nascem no berço evangélico precisam ser salvos quando criança, a juventude é tentadora demais para quem ainda não teve um real encontro com Cristo.

Por fim, vamos dar a máxima importância ao departamento infantil, é o mais importante da igreja. E sou fruto da irmã Romilda, que com cinco anos de idade ela me ensinou a decorar “lâmpadas para os pés é a tua palavra, e luz para meu caminho.” me fez recitar de cor pois ainda não sabia ler no horário do culto, e isso nunca mais sair da minha cabeça, e pra tudo na vida, pra todos pecados da juventude, por fim, eu sabia, que lâmpada para os pés é a TUA palavra. Não temo em dizer, que a igreja e as vezes os pais colocam a religião, a prática moral, comportamental de um evangélico ou religioso, com categorias mais do medo que consciência, mas a irmã Romilda, me mostrou a salvação pela palavra simples do Evangelho quando ainda criança.

Precisamos mais que nunca de seminários sim com pais e filhos, de congressos e encontros com pais e filhos, mas que tenham a verdade do evangelho como luz que ilumina nossa mente, para que não transferimos culpas e medos para nossos filhos.

Fabiano Moreno