A morte da religião

outubro 25, 2022 Por Fabiano Moreno 0
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Antes do início, quero começar pelo fim: Deus não é Judeu. Deus não é islão. Deus não é cristão. Deus não é católico nem mesmo evangélico. Deus é Deus. E não tem religião!Jesus não é, e nunca foi o líder do cristianismo! Que elejam imperadores, papas ou apóstolos para isso, não queira que Jesus seja o líder ou o fundador do cristianismo, porque não é! Quem eleger Jesus, o Cristo como líder tal, de fato esta o colocando no mesmo pedestal que Maomé para o islamismo, Buda para o budismo, Madame Blavatsky para a teosofia entre outros. Deus não cabe na religião, não cabe neste cristianismo apresentado,

Lembrando, que conforme em atos dos apóstolos, foram os helenizados que chamaram os discípulos de Jesus de cristãos na cidade de Antioquia, e novamente Agripa(Grego) no julgamento de Paulo. E Pedro em algumas versões traz em uma de suas cartas o termo cristão que é apenas uma tradução em questão de seguidor de Cristo, diferente de hoje que é o que professa o cristianismo, ou pior, a declaração ecumênica diz que cristão é o que segue a religião de Cristo.

Digo:

– É impossível ser discípulo de Jesus com o cristianismo ou qualquer outra religião.

Deus é imensurável e inabitável para qualquer segmento religioso. Deus é Deus! E cala-se o homem!

Religião, que em sua etimologia se traduz como “Religar-se a Deus.” Tornou-se obsoleto em Jesus:

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pois este é o ministério da reconciliação: Que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo […]”;

Portanto, se estou Nele, estou em Deus e reconciliado com Deus, apesar do meu pecado, que é aplacado pelo sangue dessa reconciliação.

Eleger religião para ligar-se a Deus é anular o sacrifício de Cristo, ainda que se faça em nome de Jesus. Eleger sumo pontífice, sacerdotes, bispos ou gurus para minha ligação com Deus, é anular o sumo sacerdócio de Cristo, que nos constitui sacerdotes de nós mesmos. Portanto rasgou-se o véu!

Todavia, em efésios, coríntios e hebreus, temos o conselho é a necessidade do ajuntamento, do ato de congregar, de reunirmos como gente, em um propósito maior de culto ao Deus que nos religou em Cristo. E isso não é devido que se não for assim Deus não fala, não vê e não ouve. Não porque fazendo isso somaremos pontos com Deus, não! É porque reunimos como gente, com mesmo propósito pisando no mesmo chão deste mundo caído, aprendemos uns com os outros, compartilhamos uns com os outros, dores e alegrias, e crescemos com a experiência. E tudo num propósito de culto racional (que não é culto a razão) a Deus. Agora não ajuntais diante do sacerdote e ofereça bodes, ovelhas ou rolinhas:

quando estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu estarei com eles…”

Agora só a reunião se for com união. E o fato de reunir um grupo com mesmo propósito espiritual, a ciência psíquica – social chama de religião. Só por isso. Nasce, portanto essa fenomenologia chamada religião.

No ponto de visto fenomenológico social, que é a religião somos inevitáveis em fazer parte de um grupo religioso. E se de um lado temos a obsolescência da religião como algo que Deus esteja fazendo parte ou que me liga a Deus, por outro lado, temos a inevitabilidade social da religião. E nos resta à pergunta que fizeram a Pedro após sua exposição no dia de pentecoste:

Que faremos, pois, irmãos?”

Ora, no evangelho de Jesus, em João dois. Traz a narrativa do casamento de Caná(Galiléia – Israel)Onde Jesus vai a uma festa de casamento, e em numa certa hora acaba-se o vinho. Maria se antecede a vergonha dos noivos e diz aos servos para fazer tudo que Jesus lhes ordenar a fazer, Jesus simplesmente os mandam encherem as TALHAS PARA PURUFUCAÇÃO dos judeus de água e levar ao copeiro da festa, e percebe-se o milagre de transformar água no melhor vinho.

E João, diferente dos evangelhos sinóticos, traz sua própria sequencia do Evangelho, e diz no final que isso tem um propósito em escolher esses milagres e colocarem nessa ordem e este propósito é para creiais no filho de Deus e crendo tenhais vida em Seu Nome. Digo isso, porque após o milagre no casamento João traz a narrativa de Jesus indo a Jerusalém, e entra no templo faz um chicote e bate aos que permutavam no templo do Senhor, no grande templo. Derrubam mesas dos cambistas e soltam os pombos, e acaba com o comércio e a permuta religiosa. E porque isso? E porque essa sequencia de João?

Ora, estamos diante de dois paradoxos.

A primeira o ambiente é uma festa, mas existia naquela festa a tradição religiosa que eram as talhas para purificação dos Judeus, um símbolo extremamente religioso, digamos que seriam pias batismais para nos aproximarmos do contexto.

E Jesus usa o símbolo religioso do ambiente em um milagre do desejo, transformando água em vinho, e tudo em um casamento, mesmo com a religião presente.

Deste lado, nesta inevitabilidade religiosa, eu posso estar em um ajuntamento como fenômeno social, posso proferir um segmento, posso fazer tudo isso, todavia tendo a consciência que Deus não habita nisso. Mas pode fazer disto um canal de alegria, de milagre, de desejos que deve acontecer em todo bom casamento. Posso crescer em experiência dos outros, posso amar e ser amado, ajudar e ser ajudado, tudo isso como consciência que igreja é cada um que é habitado por Deus.

De outro lado, nesse paradoxo desta inevitabilidade religiosa tem Jesus que entra no templo, na religião, e expulsam todos. Neste lado, tem a religião, a igreja que acha que tem o controle de Deus, neste lado, tem a religião, a igreja que permuta com Deus, como se Deus fosse vendável, deste lado tem a moeda de troca, não tem o desejo que acontece no casamento, mas o desejo que acontece nas ambições, nos poderios e bastidores, deste lado diz que o Reino de Deus esta aqui, que Deus habita aqui, e tudo em nome de Deus. Aqui, Jesus expulsa com azorrague, seja hoje ou naquele DIA, pois na cidade celestial cujo artífice é o próprio Senhor, onde Deus é o próprio templo, não é, e não será casa de ladrões e salteadores.

De um lado, é rito, ata sem atos, estatutos sem lei, lei sem graça, graça sem liberdade, liberdade sem Cristo, sacrifícios em serviço ou monetário, penitencias e culpas, do outro lado, á Jesus, O Cristo E com Ele, não há espaço pra mais nada.

De um lado, a igreja é prédio cheio de gente, de outro é gente cheia de Deus.

Portanto o convite é para estarmos NELE que nos religou a DEUS.

Que o Senhor resplandeça sua luz sobre nós, e tenha misericórdia de nós!

Fabiano Moreno.