Dízimo, eis a questão!

outubro 25, 2022 Por Fabiano Moreno Off
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O que você faz? Oferta ao Senhor ou paga o imposto?

{obrigatório leitura completa – leitura parcial não recomendada}

Dízimo (10%), sem dúvida já virou motivo de muita chacota no meio secular, e de fato tem seus motivos dependendo da ocasião. E uma das dúvidas que ocorrem é se o dízimo é lícito para nós, igreja, corpo de Cristo que vive sob a Graça de Deus.

E se dissesse que NÃO, o dízimo é essencialmente ligado a lei de Moisés. Você deixaria de dar, ofertar, doar no reino de Deus?!

E dissesse que SIM, o dízimo é parte inerente do Evangelho de Jesus Cristo proposto a igreja, você daria obrigatório, seria o seu tributo?

Hoje o que temos é justamente duas pontas, como uma brincadeira de infância “cabo de guerra”, aliás, infância e imaturidade cabem perfeitamente nas duas situações.

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Os que vemos de um lado são cristãos de compreensão limitada, que “pagam” o dízimo, seu imposto, sua taxa, que não passa pra eles de mais uma tributação, é um IPTU, IPVA […], dízimo. Pessoas que o fazem normalmente por medo do devorador lhes destruir e levar o pouco que tem, dão por receio, ou pagam por aparências más nunca como entrega voluntariedade ou gratidão a Deus.

De outro, são líderes do “medo”, é gente com o espírito da idade das trevas, onde a melhor maneira de controlar é a imposição pelo medo, pavor, onde pintam Deus como se fosse o “diabo”, onde tem que tirar de onde não tem de onde não pode, pra dar… Porque se assim o fizer Deus irá abençoar e se o não “pagar” Deus vai amaldiçoar.

Portanto, o que fazer? Vamos ao Evangelho de Jesus como nossa única interpretação:

1 – Jesus nunca aboliu o dízimo. Nele, aliás, cumpriu. O ambiente que ele estava era justamente o judaico, onde dissera que se deve fazer todas essas coisas (dízimo e outras observâncias da lei) más que praticassem os maiores vínculos da lei – a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23.23).

2 – Em atos capítulo 15, depois de longos anos de discussões sobre a conversão dos gentios ao cristianismo no primeiro século, reuniram-se em Jerusalém para o primeiro concílio da Igreja, presidida por Tiago, e entre eles Pedro, Paulo e outros apóstolos; A pauta do concílio era se os gentios teriam que aderir às leis de Deus dado por meio de Moisés a Israel ou não; depois de grande discussão, especificou-se o texto:

Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais cargo algum, senão estas coisas necessárias:

Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais bem fazeis se vos guardastes. Bem “vos vá.”

Ora, é muito claro na palavra de Deus, seja no antigo testamento como no novo, que Deus não recebe e não se agrada de nada que não for do coração; Se não for de fé diz a palavra que é pecado. Portanto “pagar” o dízimo como imposição, considerando uma obrigatoriedade não passa de um imposto do seu holerite. Deus simplesmente não enxerga como ato de gratidão e fé. Até pra dizimar tem que ser como ato de fé, se não de nada vale.

Para Paulo, ou especificamente a igreja primitiva, 10% poderia ser considerado a oferta do mesquinho, pois eles davam – doavam-se deliberadamente para que o reino de Deus avançasse. Como doutrinas para a igreja em suas cartas o principiam de dizimar, ofertar no reino de Deus é acompanhado de alguns elementos. Por exemplo, a carta aos filipenses, é uma carta de agradecimento. No final ele vai revelar o motivo que escrevera a carta, e o motivo principal é agradecer a oferta generosa que a igreja em Filipos tinha mandado a ele, que era um procedimento contínuo desta igreja a Paulo, e os sentimentos que Paulo utiliza pra designar tal generosidade são Alegria e Gratidão.

Já na primeira carta aos coríntios ele trata o ato de doar, ofertar, dizimar no reino de Deus como voluntariedade, individualidade e proporcionalidade (capítulo 16);

Na segunda carta a esta mesma igreja ele relembra o ato de alegria, segundo mandar o coração, ele chama a gente pra ter um coração generoso no reino de Deus.

O relacionamento de Deus ao homem neste gesto, nessas mesmas cartas vem carregado de bondade de Deus a quem assim faz; Não porque Deus tem a obrigação de fazê-lo, más sim porque Deus se agrada do homem que tem um coração generoso.

Em filipenses ele diz que a oferta é um cheiro agradável a Deus, e diz que “Deus vos suprirá em todas vossas necessidades”; Em coríntios ele relembra “Deus fará abundar, como uma semente plantada que retornará como bondade de Deus ao homem quem assim o fizer”.

Com isso concluo com alguns conselhos aos cristãos:

  1. Nunca de o dizimo, oferta por obrigação, más sim com o coração.

Deus não precisa de seu dízimo mesquinho, ele quer a gratidão do seu coração; Dízimo na graça de Deus NÃO é mais um imposto, um tributo de um país (Israel) como era, onde o templo era a casa do tesouro e a casa do tesouro era a casa da moeda, um tributo necessário para ensinar o homem deliberar as coisas do mundo, e para o funcionamento organizacional e sacerdotal de um povo; Hoje é essencialmente um ato de fé e gratidão. E gratidão neste mundo capitalista é extremamente um ato de Fé; Se você teve um prato pra comer, uma roupa pra vestir, um sapato pra calçar, uma casa pra morar, somente um coração miserável e insensível não é capaz de doar-se e doar com o coração grato a Deus por todos os benefícios que Deus fez.

  1. Nunca de o dízimo por culpa ou medo.

Se você assim o faz, você não conhece Deus, e dele você não será conhecido; Todo devorador, amaldiçoador, todo preço, foi quitado, pago por Cristo Jesus, na cruz. Faça com alegria, como quem é grato a um amigo por favores que jamais poderá pagar.

  1. Não é abençoado quem não abençoar, não recebe quem não dar.

Deus ama aquele que entrega com alegria…” As bênçãos na vida, quanto à prosperidade segundo a vontade de Deus ao homem, é implícito ao doar-se, a dar, entregar, ajudar, manter, contribuir, fazer… no reino de Deus.

Deus não precisa de salário, de comida na mesa, de roupa quente no inverno, de idas e voltas, ele é Deus, más nossos missionários sim, nossos evangelizadores sim, nossos pastores sim. De a alguém, sem olhar a quem.

Não seja um mesquinho arrumando desculpar pra não doar-se, entregar-se ao reino de Deus, e não seja um cumpridor de ritos e gestos, achando que é um imposto a ser pago; Não o faça por ter medo de devorador, faça porque Deus fez muito mais por você, você! Jamais poderia pagar em espécie o preço pago pela tua vida; Não seja escravo do dinheiro, o faça dele seu servo.

Daquele que o faz por temor a Ele,

Fabiano Moreno